Obstipação: saiba como a alimentação pode melhorar o trânsito intestinal

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Em caso de obstipação persistente será importante procurar ajuda médica, de forma a fazer um diagnóstico correto, especialmente se for idade superior a 50 anos, uma vez que a partir dessa idade, o risco de desenvolvimento de polipos e cancro do cólon aumenta

A obstipação, também conhecida como prisão de ventre, traduz-se na dificuldade persistente ou incapacidade total em evacuar, causando mal estar e, por vezes, dores na zona do abdómen. 

A maior parte das pessoas, ao longo da sua vida, experimenta períodos de obstipação, que na maioria dos casos não apresentam gravidade, e que podem fazer-se sentir por um período temporário. No período de obstipação, geralmente, as fezes são duras e fragmentadas, o que provoca grande desconforto abdominal (dores, flatulência e inchaço) e é frequente recorrer-se a laxantes de forma a auxiliar a evacuação. 

Em geral, este problema afeta cerca de 20% da população portuguesa, sendo que 40% das grávidas também refere este sintoma.

Contudo, quando este episódio é crónico e não é devidamente tratado, pode dar origem a outros sintomas, nomeadamente, hemorróidas, incontinência fecal ou impactação fecal, que se traduz por acumulação de fezes com dureza no reto. Estima-se que a obstipação crónica afete entre 12 a 19% da população geral, sendo mais elevada essa estimativa na população idosa (30 a 40%). Em caso de obstipação persistente será importante procurar ajuda médica, de forma a fazer um diagnóstico correto, especialmente se for idade superior a 50 anos, uma vez que a partir dessa idade, o risco de desenvolvimento de polipos e cancro do cólon aumenta.

Por outro lado, a obstipção pode ser um sintoma comum em algumas doenças, nomeadamente nas doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn ou colite ulcerosa) e a síndrome do intestino irritável.

As causas da obstipação poderão estar associadas a diversos fatores, porém, os hábitos alimentares (alimentação desequilibrada e incorreta), a inatividade física e o sedentarismo são os mais comuns.

Como posso melhorar a função intestinal?

O consumo diário de fibra em Portugal é em média de 17,7g, significativamente inferior ao consumo  recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (>25g/dia). De forma a melhorar a função intestinal é necessária a ingestão de fibra alimentar. Esta tem a capacidade de reter a água, que se encontra no intestino, contribuindo para que as fezes se tornem mais moles e acelerando a motilidade intestinal. Assim, o processo de evacuar torna-se mais fácil. Por essa razão, para além do aumento de consumo de fibra, é imprescidível que ingira mais de litro e meio de água ao longo do dia.

A prática regular de exercício físico, quer seja de intensidade leve ou moderada, é fundamental para promover uma boa função intestinal, pois também contribui para melhorar a motilidade e o processo de evacuação, bem como diminuir a flatulência excessiva que ocorre durante a obstipação.

Que alimentos melhoram o trânsito intestinal?

A fim de normalizar e promover um bom funcionamento intestinal, é necessário que diariamente consuma produtos alimentares do grupo dos cereais e derivados, bem como da fruta e dos produtos hortícolas.

Na prática, estes são os alimentos a privilegiar:

  • Pão de mistura, pão de centeio ou integral, pois contêm maior teor de fibra que o tradicional pão branco;
  • Se prefere cereais, em detrimento do pão, opte por ricos em fibra não açucarados, como flocos de aveia;
  • Consumir entre 3 a 5 peças de fruta, ao dia. Dê preferência a fruta crua, uma vez que contêm maior teor de fibra do que a cozinhada. Entre as frutas com maior percentagem de fibra estão o kiwi, laranja, ameixa, papaia, figo, maçã, e pêra;
  • Inicie o almoço e o jantar com uma sopa de legumes variados e inclua-os, também, no prato principal. O ideal é variar de hortícolas durante a semana;
  • Prefira, nesta fase, o consumo de massas e arroz nas suas versões integrais, por conterem mais fibra;
  • Pode também incluir, quer no prato principal ou na sopa, leguminosas tais como feijões, ervilhas, grão, favas e lentilhas. Apenas tenha em atenção que, por serem alimentos mais fermentáveis, podem causar maior flatulência no período de obstipação. Se assim for, opte por consumir apenas de vez em quando.

Teor de fibra por 100g de produto:

– Aveia – 6,7 g

– Kiwi (2 unidades) – 6 g

– Ameixa (2 unidades) – 6 g

– Pão de centeio – 7,1 g

– Couve portuguesa – 3g

– Sopa de agrião – 0,9g

– Feijão Frade Cozido – 4,7g

Outras recomendações:

– Evite o consumo de leite e queijos gordos, nesta fase. Dê preferência a iogurtes com probióticos (bifidus);

– Evite o consumo de bebidas gaseificadas;

– Modere a quantidade de doces e/ou sobremesas consumidos;

– Não se esqueça de ingerir água em abundância, no decorrer do dia, e praticar atividade física regularmente.

Artigo publicado na sapo lyfestyle

 

Sara

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