A resposta é um grande SIM!
Vamos partir de um princípio muito simples e básico que é o de todos os alimentos que comemos (sejam eles quais forem), serão digeridos pelo sistema digestivo e transformados em substâncias mais pequeninas – durante o processo de digestão –, às quais chamamos de nutrientes. Esses nutrientes entram na circulação sanguínea após serem absorvidos pelo nosso intestino. É elementar dizer que são os diferentes nutrientes e substratos que participam nas diferentes funções celulares que ocorrem, a cada segundo, no nosso corpo.
Ao nível cerebral, existem nutrientes específicos que potenciam a produção de neurotransmissores, tais como a vitamina B6 ou ômega-3, por exemplo. Um dos neurotransmissores mais conhecidos é a serotonina, que ao ser produzida nos induz a uma sensação de bem-estar e felicidade. Assim, se pensarmos novamente nos nutrientes que absorvemos, é-nos fácil entender que podemos escolher alimentos que potenciem a produção da serotonina (ou de outros neurotransmissores) e que nos dão esta sensação de bem-estar a longo prazo. Isto, claro, se existir uma alimentação mais consciente e inteligente, adequada para esse fim. Contudo, sem esse conhecimento e, de forma inconsciente, acabamos por preferir alimentos que nos proporcionam a sensação de conforto momentâneo (comfort food). Não há problema se o fizermos de vez em quando (até porque somos humanos e a alimentação deve promover prazer). O problema está quando passamos a optar por esse tipo de alimentos, muitas vezes ao longo dos nossos dias, o que a longo prazo não só promove um aumento de peso, como também diminuí o consumo de nutrientes que potenciam a produção dos neurotransmissores e a nossa relação com a alimentação e com o corpo.
Hoje falo-te de alguns dos alimentos que potenciam a produção destas substâncias tão importantes para o nosso estado de humor e, que podes sim, incluir na tua alimentação (isto se não existir alguma intolerância ou alergia):
Chocolate negro e aveia: possui altas doses de triptofano, um dos percursos de um dos neurotransmissores e por isso aumenta a sua produção.
Malagueta: contém uma substância chamada de capsaicina (responsável pela sensação de ardor) que induz a produção de endorfina.
Peixe: especialmente os peixes gordos uma vez que são ricos em ácidos gordos ômega-3.
Vegetais de folha verde-escura: entre muitos outros micronutrientes, estes são ricos em vitaminas do complexo B, essenciais para o equilíbrio do sistema nervoso.
No módulo “Depressão, Ansiedade e Alimentação” estão todos os conteúdos que explicam, detalhe por detalhe, todo este processo de produção dos neurotransmissores e como os alimentos e nutrientes têm um papel essencial no nosso estado de humor. Ao longo do módulo, falo de todos os nutrientes que têm evidência científica na regulação humoral, bem como nos grupos de alimentos que devem ser privilegiados para essa intenção. Ainda, podes ter acesso a uma lista de interações de ervas e fármacos que podem estar a “atrapalhar” a absorção desses nutrientes e/ou a dificultar essa regulação. Podes aceder aqui a esse módulo da Academia Nutrisciente®
Uma alimentação consciente e inteligente pode, literalmente, fazer-te sentir bem-disposto(a), concentrado(a) e dar-te a sensação de bem-estar.
Com amor pela ciência e pelo bem-estar,
Sara Barreirinhas